Nem mesmo o forte crescimento das importações será suficiente para reduzir montante
O primeiro trimestre de 2008 foi caracterizado por um forte aumento das importações, seja pelo sucessivo crescimento do quantum importado quanto pelo impacto mais recente do aumento de preços de itens como petróleo e combustível, trigo e fertilizantes.
Contudo, o ganho de preços pelo lado das exportações (acompanhando os preços de commodities) também tem sido considerável, o que deverá garantir um saldo comercial robusto em 2008.
De acordo com dados da equipe de economistas do banco Bradesco, os preços de exportação mostram ganhos de 13,5% no período de 12 meses terminados em março. Os valores foram influenciados pelo aumento dos preços das exportações de produtos básicos, sendo que os destaques podem ser divididos em dois grupos: o alimentício e o de commodities metálicas e energéticas.
No caso dos produtos alimentícios, o principal destaque fica com a soja, considerando sua importância na pauta de exportação e seu aumento de preço no mercado internacional desde meados de 2007, o que tem trazido efeitos favoráveis para a balança comercial.
Junto com o café, o preço das carnes in-natura – fortemente atrelado aos preços internacionais de grãos – acompanha o movimento de ganhos da soja, ainda que em uma escala menor. Contudo, a perspectiva desses preços permanece pressionada, já que estes reagem a demanda global gerada pela mudança de hábitos alimentares nos países emergentes onde existem ganhos de renda e processos de urbanização.
Embora o processo de avanço dos preços mostre uma maior preocupação no âmbito internacional, os economistas consideram “difícil” visualizar no médio prazo uma reversão considerável na tendência desses preços, de forma a comprometer as exportações. Segundo a instituição, o quadro mais razoável é a manutenção dos ganhos em termos de troca pela posição do país em termos de produção agropecuária.
Por outro lado, existe dentro dos itens básicos o aumento dos preços do grupo de commodities metálicas e energéticas. Segundo o banco, os aumentos dos preços de petróleo já estão sendo refletidos nos dados de preços de exportação, ao passo que os preços de minério de ferro deverão ser reajustados apenas a partir deste mês, por serem definidos por contrato.
Nesse sentido, o reajuste obtido de, no mínimo, 65%, deverá levar a um aumento médio em 2008 como um todo de 50%. Apenas o minério de ferro deverá responder por aproximadamente 3,3 pontos percentuais de acréscimo do preço da exportação para este ano.
Considerando o cálculo do carry-over (carregamento estatístico) do preço médio no primeiro trimestre, a média do preço de exportação é cerca de 13,8% acima ante o ano passado. Com a expectativa de preços gerada pelo minério de ferro, o viés de alta para o preço chega a 15%. Desta forma, os ganhos de preços de exportação deverão assegurar um saldo comercial em torno de US$ 27,3 bilhões neste ano.
Tatiane Correia
Fonte: http://www.dinheirovivo.com.br/Content.aspx?Id=11888
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