da Folha Online
O preço do petróleo disparou nesta sexta-feira e cravou dois novos recordes --durante as negociações da Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York) e no fechamento da sessão de hoje.
Durante o dia, o barril cravou a marca de US$ 139,01, maior da história da negociação da commodity na Nymex. No fechamento, o barril ficou em US$ 138,54 --novo recorde para um encerramento de negócios--, alta de US$ 10,71, ou 8,41% --a maior alta para uma única sessão.
As declarações do ministro dos Transportes de Israel, de que um ataque contra as instalações nucleares do Irã --segundo maior exportador da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)-- é inevitável também levaram tensão ao mercado. Além disso, o banco de investimentos Morgan Stanley informou em um relatório que o preço da commodity pode chegar a US$ 150 em julho --por conta do feriado de 4 de Julho nos EUA, além da demanda crescente da Ásia.
O dólar caiu ainda mais após o anúncio dos dados de emprego nos EUA. A economia americana fechou 49 mil postos de trabalho em maio, e a taxa de desemprego teve a maior variação em um mês desde 1986, chegando a 5,5%.
A economia americana vem registrando resultados negativos nos indicadores de trabalho desde o início deste ano. Os setores que mais perderam vagas foram os de manufaturas, construção, varejo e serviços profissionais e comerciais.
A divisa norte-americana também recuou desde que o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, disse, ontem (5), que o conselho do banco "não descartará em sua próxima reunião subir a taxa de juros" para a zona do euro, a fim de garantir a estabilidade de preços.
Os investidores tem usado o petróleo e outras commodities para se proteger da desvalorização do dólar no mercado internacional e a da inflação em alta na economia dos Estados Unidos.
"Sem escolha"
O ministro dos Transportes de Israel, Shaul Mofaz, disse que o Irã pode ser atacadio se não abandonar seu programa nuclear, e que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, "irá desaparecer antes que Israel desapareça", segundo reportagem do diário israelense ""Yediot Ahronot".
Ahmadinejad, na segunda-feira (2), disse que Israel irá "desaparecer em breve" e que o "poder satânico dos EUA" será destruído. "Vocês devem saber que o regime sionista criminoso e terrorista [Israel] que possui 60 anos de agressões e crimes alcançou o fim de seu trabalho e logo desaparecerá da cena geográfica", afirmou segundo a agência oficial Irna.
Ahmadinejad já havia deixado a comunidade internacional indignada em 2005, quando afirmou que Israel deveria ser "varrido do mapa".
Mofaz disse, segundo a reportagem, que as sanções internacionais impostas contra o Irã, como forma de interromper o programa nuclear do país, não surtiram efeito. "Se o Irã continuar com seu programa de armas nucleares nós iremos atacá-lo", disse o ministro, segundo o texto. "As sanções não são efetivas. Não haverá escolha que não atacar o Irã para interromper o programa nuclear."
Estoques nos EUA
Na quarta-feira (4) o Departamento de Energia dos EUA informou que as reservas de petróleo do país caíram em 4,8 milhões de barris na semana encerrada no dia 30 de maio, mas as reservas de gasolina cresceram em 2,9 milhões de barris no período, superando a previsão de alta de 1,2 milhão de barris e atingindo 209,1 milhões de barris.
A demanda por gasolina nos EUA, por sua vez, teve uma queda de 1,4% nas últimas quatro semanas, segundo o departamento.os dados fizeram com que o barril recuasse para o patamar de US$ 122. No dia 22 de maio o barril chegou ao recorde de US$ 135,09.
O barril já vinha recuando devido ao comentário feito ontem pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, de que é improvável que o banco mantenha sua política atual de corte de juros. Com a perspectiva de que os juros do BC americano parem de cair, o dólar interrompeu a trajetória declinante vista nos últimos meses. Com o dólar podendo ganhar força diante das moedas frente às quais vem perdendo valor, como o euro e o iene, o preço da commodity pode voltar a ser um obstáculo para novos compradores --o que serviria como uma forma de frear a expansão da demanda.
Bernanke disse ontem que "no momento, a política monetária para promover o crescimento moderado e a estabilidade de preços ao longo do tempo". A avaliação dos analistas é de que o Fed deve deixar sua taxa de juros em 2% na próxima reunião do banco, programada para os dias 24 e 25 deste mês e, provavelmente, até o fim do ano (alguns falam em um ligeiro aumento mais perto do fim do ano, se a inflação registrar alta).
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