segunda-feira, 28 de abril de 2008

A crise em dia de recordes

Petróleo bate recorde e Opep não descarta barril a US$ 200

O contrato futuro do petróleo WTI, negociado no pregão eletrônico da Nymex, em Nova York, atingiu novo recorde de preço nesta segunda, aos US$ 119,93 o barril. O presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Chakib Khelil, não descarta a possibilidade de o barril atingir US$ 200, segundo publicou nesta segunda-feira o jornal estatal argelino El Moudjahid.
Khelil disse que "os preços estão elevados em conseqüência da recessão nos EUA e da crise econômica que atinge muitos países, uma situação que influencia a queda do dólar". Segundo afirma, toda a vez que o dólar cai 1%, o preço do barril sobe US$ 4
(Agências)

País tem déficit recorde em conta corrente (*)

O Brasil registrou em março o maior déficit da história para este mês em transações correntes, de 4,429 bilhões de dólares. Um saldo comercial declinante e elevadas remessas de lucros e dividendos explicam o resultado. No trimestre, o déficit em transações correntes atingiu 10,757 bilhões de dólares, também recorde para o período.
Somado ao déficit previsto para abril pelo BC, de 2,8 bilhões de dólares, o resultado negativo pode chegar a 13,557 bilhões de dólares --acima do déficit de 12 bilhões de dólares estimado pelo governo para todo o ano.
"O que nós estamos observando em relação ao balanço de pagamentos brasileiro é uma mudança de estrutura", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a jornalistas. "Uma estrutura que tem agora como componente principal a balança comercial com um saldo menor, remessas de lucros e dividendos bem maiores(Reuters 28-04)
(*) Conta corrente= saldo comercial + conta de serviços (remessas de lucros, juros, royalties, assistência técnica etc) + transações unilaterais (remessas de imigrantes brasileiros, por exemplo)

Capital estrangeiro faz remessas recordes em março

Apenas em março, as remessas das empresas estrangeiras sediadas no país alcançaram US$ 4,345 bilhões, o maior volume da série histórica do Banco Central. No trimestre elas chegaram a US$ 8,662 bilhões, tambémum recorde histórico. Além das tradicionais explicações que incluem a maior lucratividade das empresas e o maior peso do passivo externo líquido na economia brasileira hoje (estoque total de capital estrangeiro que demanda remessas ao exterior) , o BC relacionou também esse movimento à crise externa. As remessas mais volumosas partem dos setores financeiro, automobilístico e metalúrgico. São segmentos que registram elevada rentabilidade no Brasil, mas que enfrentam as maiores dificuldades no exterior por conta da crise nos EUA. Apesar do salto nas remessas, o BC destacou que a queda das despesas líquidas com o pagamentos de juro da dívida externa contribuiram para amenizar esse efeito no balanço de pagamentos.
(Agências)

Conta de capitais tem ingresso recorde de investidores em renda fixa

De janeiro a março , os investimentos estrangeiros no país somaram 8,799 bilhões de dólares, o montante o mais elevado da série. O investimento estrangeiro em aplicações de renda fixa (NR títulos públicos, por exemplo, que pagam juros de 11,75% a.a. contra 0,5% no Japão e 2,5% nos EUA) atingiu US$ 4,065 bilhões em março, informou hoje o Banco Central.
O valor é 40,85% superior ao registrado em fevereiro deste ano, quando ingressaram US$ 2,886 bilhões nestas aplicações, e maior do que o registrado em março de 2007, de US$ 3,781 bilhões.
No acumulado de 2008 até o mês passado, a entrada de dólares para aplicações em renda fixa somou US$ 8,263 bilhões, contra US$ 6,470 bilhões em igual período de 2007.
(Agência Estado)

Brasil registra déficit comercial de US$ 88 milhões na 4ª semana de abril
O saldo da balança comercial na quarta semana de abril (dias 21 a 27) registrou um déficit de US$ 88 milhões, com exportações de US$ 2,761 bilhões (média diária de US$ 690,2 milhões) e importações de US$ 2,849 bilhões (média diária de US$ 712,1 milhões). O saldo acumulado no mês passa para US$ 1,333 bilhão (positivo) e no ano, US$ 4,170 bilhões (também positivo). Os números são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e serão detalhados hoje à tarde
(Agência Estado).

Um comentário:

Camila disse...

Quero levantar 2 questões:

- o déficit comercial da última semana tem origem principalmente na valorização do real? Afinal, como solucionar a questão cambial no Brasil? Se o câmbio flutuante não é ideal, qual regime de câmbio é?

- uma das notas afirma que tem havido cada vez mais remessas de dinheiro pra fora do país. Qual o motivo, as empresas extrangeiras estão lucrando mais aqui e por isso podem exportar mais capital, ou estão com medo de reinvestir o capital no Brasil e mandando tudo pra fora? Na nota, afirma-se que um dos setores que mais mandou capital pra fora foi o automobilístico. Isso não pode desaquecer a atividade do ramo, que nos últimos tempos tem vindo numa ascendnete e tem inundado o mercado com automóveis?