terça-feira, 29 de abril de 2008

ONU cria força-tarefa para combater crise dos alimentos

29/04/2008 - 08h11

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou nesta terça-feira o estabelecimento de uma força-tarefa das agências das Nações Unidas para apresentar soluções coordenadas para a crise provocada pelo forte aumento dos preços dos alimentos no mercado internacional.

"Nós consideramos que a dramática escalada nos preços dos alimentos se transformou em um desafio sem precedentes de proporções globais atingindo as pessoas mais vulneráveis, incluindo os pobres que vivem em centros urbanos", diz o comunicado da ONU.

Segundo Ban, o mundo enfrenta o risco de fome generalizada, problemas relacionados à má nutrição e distúrbios sociais.

O anúncio foi feito após uma reunião de dois dias em Berna, na Suíça, com representantes do Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP), do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), de outras 20 agências da ONU, além dos presidentes do Banco Mundial, Robert Zoellick, e da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy. A força-tarefa irá estudar tanto medidas de emergência como de longo prazo para combater a crise causada pela alta acentuada no preço de alimentos como trigo e arroz. Os preços de alimentos como arroz, grãos, óleo e açúcar estão pelo menos 50% mais altos do que há um ano.

A correspondente da BBC em Berna Imogen Foulkes disse que o maior desafio é lidar com o problema no longo prazo - como promover agricultura sustentável, combater a mudança climática e, ao mesmo tempo, garantir que uma quantidade suficiente de alimentos seja produzida.

Impacto

A ONU estima que 100 milhões de pessoas já foram atingidas pela recente escalada no preço dos alimentos em todo o mundo, e o Programa Mundial de Alimentos diz que precisará de mais U$ 755 milhões neste ano para lidar com o número cada vez maior de pessoas que necessitam de ajuda.

O Banco Mundial anunciou que irá dobrar os empréstimos para a produção agrícola na África no próximo ano e disse que está considerando fornecer financimentos mais flexíveis e de forma mais rápida para países pobres. Por outro lado, Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial alertou os países a evitarem medidas como a suspensão de exportações de alimentos, dizendo que a estocagem dos mesmos pode elevar ainda mais os preços¹. Na Ásia, alguns países suspenderam exportações de arroz para garantir o suprimento da demanda interna. O governo filipino deve lançar o "cartão do arroz" para possibilitar que famílias pobres comprem o produto pela metade do preço do mercado. Na segunda-feira, a Malásia divulgou que vai subsidiar produtores domésticos para garantir que o arroz seja vendido por um preço acessível.

A alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis provocou a queda do primeiro-ministro do Haiti, Jacques Edouard Alexis.

Fonte: UOL Últimas Notícias

¹: grifo meu

Um comentário:

Camila disse...

DICA: leiam algumas notícias que são atualizadas nos links ao lado. Se alguém quiser colocar mais alguma palavra chave (as que eu coloquei são 'subprime' e 'commodities', porque são os assuntos mais quentes), fique à vontade.