segunda-feira, 5 de maio de 2008

Fundos de hedge vêem Brasil vulnerável a queda nas commodities

Reuters/Brasil Online
Por Elzio Barreto

SAO PAULO (Reuters) - Preocupações com uma queda nos preços das commodities podem pesar sobre o principal índice acionário da Bovespa e sobre o real nos próximos meses, disseram gerentes de fundos de hedge nesta terça-feira.

A economia brasileira pode ser capaz de superar a recessão norte-americana, pois a demanda global tem sido o principal guia para expansão recentemente.

Mas o mercado brasileiro é vulnerável a uma queda nos preços das commodities causada por uma desaceleração norte-americana, à medida que o índice Bovespa é liderado por empresas do setor de metais, petróleo e aço.

"Não existe um efeito direto da crise norte-americana, mas o risco é com os preços de commodities, já que grande parte do índice Bovespa é commodities", disse Enio Shinohara, sócio da Claritas Investments, um fundo de hedge nacional com aproximadamente 1,1 bilhão de dólares em ativos, em seminário.

O Brasil tem ficado parcialmente isolado das crises na economia norte-americana e nos mercados de crédito devido aos preços do minério de ferro, petróleo, soja e de outras commodities que atingiram recordes de alta.

O índice Bovespa, que subiu 43 por cento no ano passado, perdeu 0,1 por cento até o momento em 2008, contrastando com o mergulho de mercados emergentes como China e Índia, além dos principais mercados norte-americanos e europeus.

Os altos preços das commodities ajudaram a elevar o fluxo de entrada de dólar com exportações e alimentaram a atração por empresas como a Vale e a Petrobras . Investidores disseram que a alta nos preços das commodities pode ter chegado ao fim, elevando as preocupações de que um declínio nos preços irá afetar diretamente a Bovespa.

"Nós temos preocupações com commodities, com certeza", disse Christopher Edwards, diretor gerente da Fabien Pictet & Partners Ltd, fundo de hedge sediado em Londres com 700 milhões de dólares em ativos de mercados emergentes. "Você não pode ter sempre uma demanda crescente e preços crescentes."

Edwards disse que vendeu ações da Petrobras e Vale, apostando na queda das commodities.
O real ganhou 4,2 por cento, após subir mais de 20 por cento em 2007, em parte por causa da entrada de dólares via exportações de commodities e também por ser vulnerável a uma baixa
nos preços das commodities.

"Nossa moeda está sendo considerada um moeda de commodity. À medida que as commodities ganharam neste ano, a moeda se apreciou", disse Luiz Fernando Figueiredo, sócio da empresa de hedge fund Mauá Investimentos e ex-diretor de política monetária do Banco Central.

Fonte: O GloboOnline (http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/04/29/fundos_de_hedge_veem_brasil_vulneravel_queda_nas_commodities-427126753.asp)

Um comentário:

Camila disse...

vcs não acharam esta notícia estranha?

prestem atenção que as únicas fontes do repórter na matéria são investidores de fundos hedge.
acho estranho pq a matéria indica que há possibilidade de baixa nas commodities (o que contraria o que estamos vendo nas bolsas de mercados e futuros no mundo), e tb coloca que se houver essa baixa haverá prejuízo (no caso, para os investidores em fundo hedge, mas naõ fala de como isso refletiria no bolso do consumidor).

não estariam os investidores com medo de uma possível baixa e alardeando para os "perigos" disso para segurar os preços como estão?

outra coisa: a matéria afirma que o real se valorizou por causa da entrada de dólares pela compra de commodities, mas a maior causa da valorização não estaria na entrada de capital estrangeiro especulativo???



(não se acanhem, podem comentar tb!)