Contratos futuros e especulação influem nos preços das commodities
Os negócios em forma de contratos futuros através dos fundos hedge vêm sendo grandes responsáveis pela agravação da crise econômica que abala o mundo. As especulações que giram em torno do preço de commodities, sejam elas produtos agrícolas ou o petróleo, as encarecem, fazendo essa crise entrar em um ciclo vicioso.
Essas negociações se assemelham ao investimento em opções, comum no mercado de ações. As operações de hedge funcionam como proteção contra perda de dinheiro investido, usadas em investimentos de alto risco, sujeitos a grandes flutuações de preço. Uma certa commoditie é adquirida através de contrato futuro a fim de se proteger dessas flutuações – o comprador garante que o preço daquele produto será o mesmo fixado no contrato. Este cenário funciona para o vendedor também, garantindo que o preço pelo qual vão comprar seu produto se mantenha, mesmo que seu valor venha a cair. Em caso de um eventual prejuízo que contrato futuro venha a causar, ele pode optar por não exercer a sua opção de venda, perdendo apenas o dinheiro gasto na aquisição do contrato futuro.
O grande problema que os negócios feitos por contratos futuros causam é a especulação. O especulador se antecipa a uma mudança futura de preços e consegue lucrar a partir da compra e venda de contratos, não se importando com as commodities propriamente. Ele atua no ambiente da BM&F (Bolsa de Mercados e Futuros) e sai do mercado mais rapidamente do que o hedger – produtor da commoditie e seu comprador. Seu objetivo é conseguir lucros a curto prazo, tanto especulando uma baixa nos preços (comprando contratos de produtores) quanto uma alta (comprando de agroindústrias). Desse jeito, o especulador repassa o risco do agricultor ao mercado, vendendo os contratos a outros especuladores, que venderão a outros e assim sucessivamente.
No caso do petróleo, a situação se agrava ainda mais, pois é uma fonte de energia e países como a China precisam importar quantidades enormes. Com a alta do preço do barril, o governo chinês está se resguardando e fazendo uma grande quantidade de contratos futuros. Mas, nesse caso, a China atua como se fosse um especulador, gerando maior alta ainda dos preços. O que pode vir a seguir é um aumento no preço de tudo aquilo que necessita de petróleo – produção de alimentos, os transportes etc. Uma alternativa, já buscada por alguns países, mas não pela China, é o biocombustível.
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2 comentários:
Novamente o grupo China dá um show de cobertura. É com artigos como esse, exemplo de compromisso com a verdade e respeito à inteligência do cidadão brasileiro que é possível vislumbrar a salvação do jornalismo econômico brasileiro.
Parabéns ao grupo.
obrigada =]
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